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Pessoas com necessidades especiais na Disney – A viagem de Vicente, com autismo

Nesse Post você vai ver

Mais uma família aqui no blog contando a experiência de uma pessoa com necessidades especiais em Orlando. Veja aqui todos os relatos. Hoje é a vez da Bibiana que é mãe do Vicente, que tem autismo moderado.

Ele é carinhoso e esperto, porém pode se irritar facilmente, o que às vezes pode gerar algumas situações difíceis, principalmente em viagens.

Eles se adaptaram a isso e cortaram programas do roteiro que poderiam assustar ou irritar Vicente. Por outro lado não pegaram o passe especial para furar as filas e visitaram o parque normalmente. Bibiana, conte-nos sobre a viagem de vocês:

Como é o nome da pessoa e quais são as necessidades especiais/ problemas de saúde que ela possui?

O Vicente tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista. É considerado com grau moderado, pois ele é muito afetivo, alegre e esperto, mas possui dificuldades importantes na comunicação e um nível de irritabilidade bem intenso.

Aos olhos de quem não conhece o quadro, pode parecer uma criança sem limites fazendo birra, mas a verdade é que ele não processa algumas informações da forma convencional, digamos assim, e nem sempre entende que alguns comportamentos são “feios” (como fazer uma gritaria quando está frustrado ou é contrariado), como outras crianças da mesma idade sabem.

Apesar do tamanho, ele tem só 4 anos, então ele ainda precisa de bastante ajuda para adquirir algumas habilidades sociais, que as demais crianças desenvolvem espontaneamente.

Quem viajou junto com ele?

A mãe (eu) e o pai, Marcelo.

Como foi o voo? Eles estavam preparados para atender as necessidades do Vicente? Como ele reagiu ao voo? Foi a primeira vez que viajou de avião / voo longo?

O voo era a maior preocupação da viagem! Afinal, não se tem para onde sair caso haja alguma situação mais crítica. Por isso, tínhamos alguns requisitos para a escolha do voo. Optamos pelo menor número de conexões possível (uma, no caso, pois somos de Porto Alegre), e por voos noturnos (já que o Vicente não possui problemas de sono, o que é comum nos casos de TEA). Foi bem tranquilo! Ele dormiu praticamente o tempo todo!

Na volta, demorou um pouco mais até dormir, pois o horário da decolagem era mais cedo; mas quando ele começou a ficar impaciente, já estava cansado e dormiu em seguida. No trecho doméstico, ele ficou acordado tanto na ida quanto na volta, mas o entretenimento individual (considero fundamental, outro item a ser considerado na escolha da companhia aérea) foi suficiente para mantê-lo concentrado, pois era TV ao vivo e, portanto, a programação que ele está acostumado a assistir. Ele já tinha andado de avião outras vezes, mas apenas viagens curtas (máximo de duas horas), e a última fazia quase um ano.

Dias antes, mostrei a ele alguns vídeos dos procedimentos de embarque, pois na última vez em que viajamos ele não passava no detector de metais porque queria ficar olhando os objetos deslizando na esteira. Antecipar esse tipo de acontecimento é bem importante para as pessoas que estão no espectro autista.

Embora não tenha havido a necessidade de qualquer assistência especial, achei a equipe bem preparada por alguns detalhes, como permitir que a janela ficasse fechada durante a decolagem, contrariando o padrão, pois o Vicente encontrou a janela fechada ao sentar e achou que assim ela deveria permanecer (um tipo de situação que poderia desorganizá-lo, caso insistíssemos em abrir).

Qual foi a hospedagem escolhida? Quais foram as vantagens ou limitações que encontraram nessa opção?

Decidimos ficar hospedados em hotel da Disney para garantir o entretenimento o tempo todo, principalmente para o caso de um de nós ficar sozinho com o Vicente no hotel  (por estarmos somente o casal, talvez precisássemos nos revezar em alguns momentos, como para compras, por exemplo). Escolhemos o Pop Century, o que também garantiu uma visita aos personagens dos Carros no Art of Animation, que são os preferidos do Vicente (os hotéis são vizinhos e é possível acessar a pé). Adoramos! Super recomendo hospedagem Disney: o atendimento é impecável e a magia é constante.

Alimentação foi um problema? Se sim, como contornaram?

Não tivemos problemas. Felizmente, o Vicente não tem restrições ou alergias alimentares (outro quadro frequente no TEA). Ele acabou abusando dos lanches e guloseimas, mas também encontramos opções mais saudáveis, como pratos com carnes e saladas.

Como foi o acesso aos parques? Estacionamento, acessibilidade, benefícios… Receberam o cartão preferencial? Como foi para retirá-lo e que benefícios ele oferecia? Foi importante para vocês?

Li tudo sobre o cartão preferencial no site da Disney; mas, chegando lá, acabei não achando necessário. No primeiro dia de parque, tínhamos Fastpass para os primeiros horários e fomos direto aos brinquedos. Depois, fomos revezando brinquedos cujas filas eram de curta duração com os horários de Fastpass, que muitas vezes conseguíamos para entrada imediata.

Pelo que me informei, o funcionamento do cartão seria semelhante ao que estávamos fazendo. Nos demais dias, também funcionou bem assim… Entretanto, acredito que, com o parque mais cheio, faça diferença, pois a disponibilidade do Fastpass deve ser bem menor.

Na sua opinião como é o atendimento a pessoas com necessidades especiais? Esse atendimento é igual em todos os parques?

A Disney é encantadora! Proporciona tudo para que a estadia de todos seja da melhor forma possível. Como disse antes, li tudo previamente no site; eles dão inclusive dicas de como preparar uma pessoa com autismo para as atrações. Já no site da Universal não encontrei nenhuma informação sobre isso. Poderia ter tentado me informar melhor no parque, mas fiquei com a ideia que não havia cartão preferencial para esses casos.

Acesso a banheiros foi um problema? Se sim, como contornaram?

Não, pois não há nenhuma limitação física.

Deixaram de fazer alguma atração ou algum programa em função da necessidade da pessoa? Por que?

Sim. Houve dias em que o Vicente estava mais irritado e impaciente. Nos parques da Universal foi mais difícil lidar com isso, pois tivemos que abrir mão de ir nas atrações com filas longas. Cheguei a ir ao quiosque comprar o Express (quem não conhece esses detalhes, leia no blog da Andreza!), mas na hora era ainda mais caro do que tinha visto no site, algo em torno de 60 dólares por pessoa. Sem chance! Deixamos de ir tanto em atrações infantis (como a dos Minions, fila de 1 hora), como em algumas para adultos, pois precisaríamos nos revezar, e conduzir o Vicente sozinho em alguns momentos também não é nada fácil.

Também tínhamos pensado em ir à NASA no último dia, mas acabamos decidindo organizar o retorno com calma, pois já estávamos todos cansados, e não quisemos arriscar ultrapassar os limites do Vicente. É tudo uma delícia, mas é estímulo demais até para nós adultos!

O que vocês fizeram e que não recomendam para pessoas com a mesma necessidade? Por que?

Outlets. Nossa ideia inicial era cada um ir sozinho às compras, mas acabei ficando insegura de dirigir sozinha e fomos todos. Não foi nenhum caos porque não era nosso foco e ocupamos realmente pouco tempo com isso, mas quem tem a intenção de fazer dias só de compras, não recomendaria levar a criança, especialmente nos grandes. No Lake Buena Vista Factory Stores tem um pequeno play, que quebrou o galho por um tempinho, mas crianças maiorzinhas já não se interessariam.

Também recomendo dias livres entre os parques; crianças mais sensíveis a esse excesso de estímulos podem não conseguir aproveitar, e o que é para ser prazeroso, se torna um estresse (já aconteceu comigo várias vezes; felizmente, não nessa viagem).

Qual foi a forma de locomoção escolhida? Atendia as necessidades de vocês?

Alugamos um carro, mas para os parques da Disney utilizamos o transporte que sai do hotel. Achei super prático, mas só porque, na maioria das vezes, a espera era curta. Entretanto, a fila pode ser um problema para pessoas com autismo e ir de carro também pode ser uma boa opção.

Eu achava que era difícil andar nos estacionamentos, por serem muito grandes, mas até para isso tem um transporte interno. É tudo incrivelmente organizado! Ah, para andar dentro dos parques, aluguei um carrinho para o Vicente com uma empresa especializada. Ele adorou, e certamente evitou muito estresse.

O que ele mais gostou?

Encontrar os personagens! Abraçou todos, ficou encantado! Também adorou as paradas e os shows, e os brinquedos de carros, que é a grande paixão dele! Tirá-lo daquela exposição após o Test Track foi um problema! rs…

Deve ter andando umas seis vezes no Tomorrowland Speedway, e assistimos duas vezes ao Lights, Motors, Action!. De forma geral, o Magic Kingdom e o Animal Kingdom foram os melhores parques, pois ele gostava de tudo e o andamento fluiu melhor.

E o que menos gostou?

Das bruxas e vilões! Ficou bem assustado em alguns momentos, como no It´s tough to be a bug. Me informei sobre a maioria das atrações antes, mas algumas eu tinha dúvidas se ele iria gostar ou se assustar. Conforme fomos percebendo as reações dele, fomos tirando algumas do roteiro.

Que recomendações ou conselhos vocês dariam para pessoas na mesma situação?

Imagino que, assim como para o Vicente, as filas sejam o maior problema para outras pessoas no espectro. Escolha um período de baixa temporada e use e abuse do Fastpass. Descobri depois que hóspedes do Universal Resort têm direito ao benefício do Express, que me parece uma boa opção para quem quer curtir bem esses parques.

Acho que fiquei um ano e meio pensando nessa viagem, entre planejamentos, medos e desistências… Tinha certeza que nos divertiríamos, mas toda a organização e a viagem em si me deixavam apreensiva. Até pouco tempo antes, com tudo pronto, pensei em desistir, pois o Vicente tem períodos em que fica mais agitado que outros, e tudo se torna mais difícil. Mas quero mostrar para o meu filho que o mundo pode ser dele, tanto quanto das outras pessoas, e que as suas dificuldades não necessariamente representam limitações.

Domine o medo e encare. Pode ter certeza que vale a pena!

Muito obrigada, pelo relato, Bibiana. Parabéns pela paciência e dedicação. O seu longo planejamento valeu a pena e dá para ver que o Vicente se divertiu muito.

Se você também tem alguém com alguma necessidade especial na família e  que foi a Orlando, divida conosco; mande-nos um email: contato@andrezadicaeindicadisney.com.br

Andreza Trivillin

Andreza Trivillin

Paulistana, nascida na Moóca, moradora do Ipiranga por mais de 20 anos até se mudar para Orlando. Administradora de Empresas formada pela FAAP, com MBA em Marketing pela ESPM. Mãe de uma, esposa de outro. Apaixonada por viagens, fã da Disney, curiosa e engraçadinha por natureza. Juntou tudo isso e deu um blog e numa agência de viagens que ajudam anualmente milhares de pessoas com as suas viagens para Orlando e outros destinos.

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É o único Guia de Orlando impresso
escrito por quem realmente conhece
e frequenta os parques!

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2 respostas

  1. Muito bacana a ideia central deste blog, bem como a entrevista com Bibiana que tão bem relatou nossas expectativas e receios com nossos filhos com autismo. Parabéns por ter enfrentado todos os medos e ter sido capaz de apreciar os momentos especiais, que certamente foram muitos!
    Eu faria apenas uma pequena, mas importante observação para a autora no inicio do texto: O cartão de acesso pra pessoas com necessidades especiais não permite “furar filas”, e sim registrar em um dos quiosques pra esta finalidade um horario pra ingressar na atração. Isto permite que a criança aguarde sem necessariamente permanecer em uma fila. Usar a expressão “furar fila” é pejorativo e honestamente não nos representa. É um serviço importante e bem organizado que ameniza algumas das muitas dificuldades que enfrentamos no cotiano. O bacana é que nos EUA as pessoas não questionam essa necessidade, não julgam, apenas respeitam. Infelizmente, no Brasil a regra é ser confrontado, questionado e até humilhado, pois o que geralmente pensam é que estamos “furando filas” ou que nossas crianças são mimadas ou mal educadas. Ainda somos um povo muito ignorante pra assumir a perspectiva do outro e inferir que aquela criança pode ter autismo, mesmo tendo pelo menos 1% da população com este transtorno. Pessoas com autismo tem uma forma peculiar de processar as informações e muita dificuldade de compreender as regras sociais. Precisam da nossa tolerância, incentivo e compaixão.

    1. Claudia,
      Espero que você não tenha entendido que eu esteja “julgando” o tal passe, muito menos achando que ele é uma injustiça. Eu abri esse espaço justamente para pais e mães contarem as alegrias e dificuldades em viajar com crianças com diversos tipos de deficiências, para, com isso, poder ajudar outras pessoas que tenham o mesmo desejo.
      Você também está convidada a participar caso tenha interesse. 😉
      Abraço

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