Generic selectors
Apenas Busca Exata
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post
Generic selectors
Apenas Busca Exata
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post

Pessoas com necessidades especiais na Disney – A viagem da Maria Beatriz, com paralisia cerebral

Nesse Post você vai ver

Hoje estamos iniciando aqui no blog uma série de posts para contar como é a realidade de pessoas com necessidades especiais nos parques de Orlando. Eu estava super ansiosa para iniciar essa série, pois tenho certeza que vai ajudar, e até encorajar, famílias de portadores de necessidades especiais a viajar para Orlando. Veja aqui todos os relatos existentes no blog.

Sabemos que o desafio de viajar com alguém que requer cuidados extras pode ser bem mais complicado e a ideia é mostrar as dificuldades que existem, mostrar a alegria da família realizando esse sonho e desmitificar que viajar nessas condições é algo impossível. Aproveito para convidar outros leitores e seguidores a contar suas experiências com portadores de outras necessidades e dividir com outras famílias esse momento.

Hoje vamos conhecer a Maria Beatriz e sua família, que visitaram Orlando em fevereiro/ 2015. Eles visitaram o Magic Kingdom, Animal Kingdom, Hollywood Studios, Epcot, Universal Studios, Island Adventure e Kennedy Space Center.

Quem faz o relato aqui para nós é a Cristiane, mãe da Bia. Eles criaram uma página no Facebook chamada Bia na Disney, onde sempre contam algumas passagens da viagem e trazem fotos. Cristiane, obrigada por trazer a estória de vocês e dividir com a gente como foi a viagem da Bia.

Como é o nome da pessoa e quais são as necessidades especiais/ problemas de saúde que ela possui?

Maria Beatriz, a Bia é nossa filha de 15 anos que tem Paralisia Cerebral (PC); não anda, não fala, não sustenta o tronco e depende totalmente de outras pessoas para todas as atividades diárias. Suas dificuldades são motoras; sua parte cognitiva é preservada.

Quem viajou junto com ela?

Nossa linda família embarcou nesta aventura para a Disney, pois a Bia escolheu como seu presente de 15 anos, dizendo não ao tradicional baile de debutantes. Fomos eu, Edenilson (o pai), Victória (a irmã) e a cuidadora da Bia, chamada Cristina, que também faz parte de nossa família, nos dedicando imenso carinho.

Como foi o voo? Eles estavam preparados para atender as necessidades? Como ela reagiu ao voo? Foi a primeira vez que viajou de avião / voo longo?

Nós viajamos pela United Airlines. Saímos de Guarulhos para Washington e depois de Washington para Orlando. A volta foi da mesma forma. Para quem usa cadeira de rodas voo direto é melhor. O ideal é solicitar a assistência no momento do check in. Eles providenciam uma cadeira de rodas mais estreita que circula pelos corredores e consegue transportar a pessoa até o seu assento.

Você leva o cadeirante em sua própria cadeira até a porta do avião, lá transfere para a cadeira menor e os funcionários levam a cadeira própria da pessoa para junto das bagagens que foram embarcadas. Cuidado: melhor dizer que a cadeira não desmonta, porque, se afirmar o contrário, eles tentam desmontar e acabam com a cadeira de rodas da pessoa. A da Bia foi para a manutenção na ida e também na volta, porque destruíram a cadeira.

A Bia reagiu bem ao voo, não pregou o olho, porém ela é de dormir pouco mesmo. Já tinha viajado de avião, mas no máximo 3 horas. Foi o voo mais longo dela. Como ela se acalma com música, utilizamos muito o head fone e o canal de música do voo. Toda a tripulação foi muito solícita e se colocou à disposição. Não tive qualquer reclamação.

Ocorreu uma coisa curiosa. A Bia submetida ao ar condicionado, tosse muito. No voo de Washington para Miami ela estava tossindo muito e acabou mordendo o lábio (lembre-se, ela não segura o tronco). A aeromoça que estava servindo bebidas viu e comentou com outra que veio falar comigo sobre o porque do sangramento. Ficaram preocupados com o excesso de tosse + sangramento. Expliquei que era o ar condicionado e que tinha mordido o lábio e assim, tudo ficou bem.

Importante ressaltar que como a pessoa tem necessidades especiais e não pode viajar sozinha porque não teria condições de colocar a máscara de oxigênio, por exemplo, necessitando de acompanhante que a auxilie, este acompanhante tem a passagem aérea mais barata (no meu caso 50% da tarifa cobrada da pessoa com deficiência). Basta entrar em contato com a companhia aérea e preencher a documentação necessária. Será preciso a assinatura do médico que trata da pessoa com necessidades especiais no formulário específico a ser preenchido e que se chama “Medif”. Nós fizemos isso e valeu muito a pena!

As companhias dificultam muito o acesso a este desconto para o acompanhante do cadeirante. Achei interessante mencionar, porque, por incrível que pareça, é difícil até conseguir o telefone da companhia aérea para pegar informações sobre o “Medif”.

Qual foi a hospedagem escolhida? Quais foram as vantagens ou limitações que encontraram?

Como a Bia é muito limitada para locomoção e especialmente encontramos dificuldade para sua alimentação que é via gastro, bem como para o banho dela, optamos por alugar uma casa e reproduzimos o conforto de nosso lar. Fizemos compras no mercado e na farmácia de tudo que a Bia precisaria e assim ficamos tranquilos.

Alimentação foi um problema? Se sim, como contornaram?

Como alugamos uma casa, não houve problemas com alimentação. Nós fizemos compras no mercado e fizemos a sopinha da Bia em casa. Dentro dos itens essenciais da casa estão liquidificador, panelas… enfim tudo que temos aqui na nossa casa, o que facilita bastante.  Para ir aos parques compramos uma garrafa térmica e nela levávamos a sopinha líquida (batida no liquidificador).

Até o leite que ela toma (Ensure) tem lá para vender nas farmácias e nos mercados. É um frasco parecido com o de iogurte em garrafinha e a bebida já vem pronta (líquida). Aqui no Brasil tem lata em pó e longa vida já preparado.

Como foi o acesso aos parques? Estacionamento, acessibilidade, benefícios… Receberam o cartão preferencial? Como foi para retirá-lo e que benefícios ele oferecia? Foi importante para vocês?

Bem, nos parques não tivemos qualquer problema. Bastava informar que nossa filha era cadeirante e nos indicavam o caminho a seguir (que são as linhas azuis). Podíamos estacionar no local destinado aos cadeirantes que é mais perto dos portões. Todavia, nas vias públicas é necessário o cartão de “disable” que a prefeitura fornece. Como não o providenciamos e nem sabemos como o obter, tivemos acesso privilegiado somente nos parques. Estacionamento em locais públicos, nos dirigíamos às vagas normais.

Já nos parques, assim que se passa a catraca, deve-se procurar o setor de atendimento ao visitante, levando o cadeirante até lá, porque eles confeccionam um passaporte especial que você apresenta nos brinquedos e que garante ao cadeirante e a todos os seus acompanhantes a entrada no brinquedo sem pegar a fila; é quase um fastpass. Com a apresentação deste passaporte, eles também orientam se a pessoa pode ou não participar daquela atração, o que normalmente ocorre nas mais radicais.

Cartão fornecido na Disney

No Magic Kingdom eles tiraram foto do cadeirante na hora e o passaporte vem com foto e tudo, preenchido por impressora! O passaporte da Universal é bem simples, preenchido a caneta, com letra de forma.

O atendimento é perfeito e igual em todos os parques. São extremamente atenciosos e a Bia pôde brincar em muitas atrações. Quando era necessário que a própria pessoa tivesse o controle do tronco, ela não podia ir. Mas ela curtiu muito, se divertiu bastante, foi extremamente bem atendida e até participou do teatrinho da Bela.

Na sua opinião como é o atendimento a pessoas com necessidades especiais? Esse atendimento é igual em todos os parques? Acesso a banheiros foi um problema? Se sim, como contornaram?

Sem problema algum. Há banheiros especiais para cadeirantes. São amplos, você pode entrar com a cadeira. Desenvolvemos uma técnica de trocar a Bia na cadeira. Nós (eu e a cuidadora) a colocávamos no vaso sanitário, depois deixávamos a fralda aberta na cadeira, então sentávamos a Bia na fralda, fechávamos e colocávamos a calça. Isso foi necessário porque não há trocadores para crianças maiores. Mas deu tudo certo!

Deixaram de fazer alguma atração ou algum programa em função da necessidade da pessoa? 

Pudemos ir a todas as atrações sem problemas. Em algumas atrações há uma sala de espera que funciona para crianças pequenas e também para os cadeirantes que não podem embarcar naquela atração. Além do mais, como levamos a cuidadora da Bia, ela muitas vezes ficava com ela do lado de fora, sob árvores ou nos bancos espalhados pelo parque.

A Bia foi também a alguns passeios noturnos como Cirque du Soleil. Embora não a tenha levado, ela poderia ir ao jogo de basquete. Quanto ao Medieval Times, que ela também não foi, vi umas cadeiras de frente para a arena, onde o cadeirante poderia se acomodar, mas tivemos que subir escadas e não me recordo se tinha elevador. Lembrando que as mesas ficam em locais similares a arquibancadas (laterais à arena), o que impede o acesso com cadeira de rodas. Assim, somente seria possível nestas cadeiras que ficam de frente para a arena.

O que vocês fizeram e que não recomendam para pessoas com a mesma necessidade? Por que?

Tudo foi perfeito. Não nos arrependemos de nada. Se puderem levar a cuidadora da pessoa é muito melhor, pois você fica mais tranquilo durante o passeio. No caso da Bia, ela se alimenta de três em três horas, precisa trocar fraldas, então o auxílio da Cristina foi primordial. Além do mais, fizemos alguns passeios noturnos e a Bia ficou em casa com a Cristina.

Qual foi a forma de locomoção escolhida? Atendia as necessidades de vocês?

Nós alugamos um automóvel. Um Toyota Siena que na verdade parece um ônibus e tem um porta malas gigante que leva a cadeira sem desmontar. Tinha alugado uma Grand Caravan, mas fiz o up grade no aeroporto porque o balconista me informou que não seria adequado para 05 pessoas mais a cadeira de rodas. Não me arrependi! O Toyota Siena atende muito bem às necessidades de uma família que tenha um cadeirante. Nele podem ser transportadas até 08 pessoas.

O que ela mais gostou?

Ela amou TUDO! Em todas as fotos ela estampa um sorriso largo. Mas posso dizer que ela adorou o simulador do Star Wars. Tem movimento da cadeira, vozes… Ela foi na cadeira de rodas até a entrada da nave. Depois foi transferida da cadeira para o assento da atração. Sentou-se ao lado de meu marido que passou os braços por trás de suas costas (altura do pescoço) e a segurou, já que ela não sustenta o tronco. Então ela sentiu todas as manobras do simulador. Na saída a sentamos na cadeira novamente. Eles constumam perguntar na entrada da atração se a pessoa pode ou não ser transferida da cadeira. Algumas atrações pode-se ir com cadeira e tudo como o safári do Animal Kingdom, o ônibus do KSC; já em outras é necessária a transferência. Segurar o tronco é primordial. Quem consegue segurar o tronco aproveita mais.

Ela saiu deste brinquedo exultante. A Bia é bem radical. Muito mais do que o resto da família. Ah! Ela também curtiu muito o Hollywood Studios porque são muitos shows e ela ama música. Gostou especialmente do show de Frozen e da Bela.

E o que menos gostou?

Não teve nada. Ela estava super feliz o tempo todo. Até a chuva que pegamos na Universal – Island Adventure, ela curtiu. Colocamos capas nela e na cadeira e corremos pela chuva. Ela achou o máximo!

Que recomendações ou conselhos vocês dariam para pessoas na mesma situação?

Não tenham medo. Nós ficamos aflitíssimos com medo de que a Bia ficasse doente em uma terra estranha, porque ela tem a parte respiratória muito delicada. Viajei levando antibiótico na mala, mas nem precisei. Contamos com o apoio incondicional da pediatra da Bia, Dra. Valéria Caivano, que deu uma forcinha e nos encorajou. Realmente, vimos que é possível, que no fundo, é tudo igual seja aqui ou lá na Disney. É um lugar mágico, com uma energia incrível! Acredite que tudo vai dar certo e assim acontecerá. Where dreams come true é nossa frase favorita e verdadeiríssima!

Quanto aos conselhos, achamos recomendável levar a cuidadora (o visto de entrada nos EUA foi obtido sem maiores problemas-contrato de trabalho) e optar por um voo direto.  Não se esqueça de providenciar o “Medif” para obter desconto na passagem aérea do acompanhante.

Deve-se organizar a viagem com períodos de descanso para o cadeirante. Ficar atento aos remédios que precisa levar na bagagem de mão, não esquecer as receitas e se levar algum líquido para alimentação, deve prestar atenção porque tem um limite que pode levar dentro do avião. Geralmente, o pessoal da imigração é legal e entende que você está com uma pessoa especial e são educados. Eu estava levando três frascos pequenos similares a longa vida de 200 ml, com o leitinho da Bia, como fiz conexão em Washington, eles verificaram minha bagagem de mão e disseram que teria que abandonar um leitinho lá, vez que excedia o limite de líquidos. Eu disse que ela iria consumir um imediatamente. Então eles guardaram dois leitinhos, abriram o terceiro e deram na minha mão para que eu desse à Bia imediatamente. Fui até o avião com destino a Orlando e dei o leite dentro do avião.

O importante é viajar de bem com vida; sem estresse, que tudo vai dar certo!

Acreditem: o lugar é mágico mesmo!

Cristiane, mais uma vez obrigada e parabéns pelo alto astral de vocês e por esse bom humor para lidar com todos os desafios.

E você? Tem alguém na família que já foi para Orlando e possui alguma necessidade especial? Divida com a gente sua experiência e ajude outras famílias. Entre em contato por email: contato@andrezadicaeindicadisney.com.br

Andreza Trivillin

Andreza Trivillin

Paulistana, nascida na Moóca, moradora do Ipiranga por mais de 20 anos até se mudar para Orlando. Administradora de Empresas formada pela FAAP, com MBA em Marketing pela ESPM. Mãe de uma, esposa de outro. Apaixonada por viagens, fã da Disney, curiosa e engraçadinha por natureza. Juntou tudo isso e deu um blog e numa agência de viagens que ajudam anualmente milhares de pessoas com as suas viagens para Orlando e outros destinos.

perfil no Insta

Artigos relacionados

Viaje com a Andreza!

Contrate seus serviços e experiência de mais de 30 anos em Orlando e seja feliz na terra da magia!

Receba dicas, promoções e atualizações do blog direto no seu e-mail.

Generic selectors
Apenas Busca Exata
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post

Guia de Orlando

É o único Guia de Orlando impresso
escrito por quem realmente conhece
e frequenta os parques!

GOSTOU DO ARTIGO? COMENTE!

8 respostas

  1. Olá,,tenho um filho com paralisia cerebral que sonha em ir conhecer a Disney,,mas será possível conseguir um visto?

    1. Oi,
      Rose
      Nunca soube de nenhum visto negado em função de uma deficiência.
      Fico a disposição
      Abraços e Obrigada

  2. Olá SR. Andreza.
    Poderia dar algumas dicas.
    Atendo uma menina ! maior de idade com necessidades especial, usa fralda.
    Sua mãe comentou a possibilidade de acompanha lá a Disney, será que vc pode me informar questões de valores …?e atividades nos parques e fora dele
    Agradeço a atenção ,..
    Aguardo retorno
    Grata
    Rosa Maria

  3. tenho filha especial semelhante a bia. como conseguir o visto. moro em sc. tenho que levar ela para a entrevista.

  4. Para os parques, a crianca com necessidades especiais como a Bia pagam pra entrar normalmente? Eu tenho uma filha de 9h e ela eh bem dependente, interage pouco. Nao quero (nem posso deixa-la) mas encarece bastante a entrada dela nos parques ja q ela nao vai usufruir…. Tem alguma forma de conseguirmos os ingressos dela?
    Sobre a passagem, como fazemos pra conseguir o desconto? É so pra ela ou so pro acompanhante?

    1. Oi,
      Deborah
      Infelizmente não tem desconto no ingresso para pessoas com necessidades especiais, somente tem direito ao DAS que é uma especie de fura fila.
      Sobre o desconto na passagem é diratamente com a companhia aérea.
      Fico a disposição
      Abraços e Obrigada

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *