Dirigir pela Inglaterra e pela Escócia é daqueles roteiros que combinam cidade histórica, vilarejo charmoso e paisagem de filme na mesma viagem — no seu ritmo, parando quando quiser. A proposta aqui é simples: sair de Londres já com o carro, atravessar o interior inglês, subir até a Escócia e encerrar devolvendo o carro em Edimburgo para voltar de trem a Londres. Londres não entra como destino; é só o ponto de partida e de chegada. Se quiser explorar Londres, o ideal é destinar pelo mnenos uns 3 dias. Veja aqui um roteiro de3, 4 e 5 dias em Londres.
E sim, as vias são na chamada “mão inglesa”, onde a direção é pela esquerda e o volante fica do lado direito. Estranha no começo, mas é totalmente possível e as estradas ajudam. Depois dos primeiros quilometros você acostuma.
E se você vai alugar um carro, recomendo a Rentcars, que além de ter ótimos preços, você usando o cupom DICAEINDICA tem desconto de 5% para pagamento online para a maioria das locadoras. Clique aqui para cotar.
Roteiro de carro pela Inglaterra e Escócia (13 dias)
A ideia aqui é pegar o carro em Londres e já cair na estrada. Para deixar a viagem leve, o roteiro foi pensado com duas noites em cada base, assim você aproveita melhor cada lugar sem abrir e fechar mala todo dia. Nos próximos tópicos vem o passo a passo, com o que fazer em cada parada e as distâncias entre os trechos. No fim, devolvemos o carro em Edimburgo e voltamos de trem direto até London King’s Cross, caso o seu voo de volta seja a partir de Londres. O trem agiliza demais o deslocamento, mas é possível voltar de carro também, caso prefira.
Algumas das regiões que vamos falar aqui também apareceram no post sobre 5 paisagens do Reino Unido que parecem saídas de um filme, e você pode saber mais lá.
Abaixo tem um mapinha com o roteiro de carro entre todas as regiões propostas aqui. Como é um roteiro que haverá algumas trocas de hotéis, vale a pena deixar tudo reservado com antecedência para evitar chegar nas cidades e não conseguir hospedagem. Temos parceria com o Booking e Hotéis.com e você pode fazer as reservas por esses links.
Cotswolds – Dias 1 e 2
Pegue o carro em Londres já com destino ao interior. Se puder, retire fora da zona tarifada para não perder tempo no centro. Em cerca de 1h30–2h você chega a Oxford; de uma parada lá e veja a Radcliffe Camera e a Bodleian, passar na ponte dos suspiros e almoçar no Covered Market. Umas 2–3 horas é suficiente. Depois, siga por mais uns 50 minutos de estrada e chegue nos Cotswolds; as cidades de Bourton-on-the-Water, Stow-on-the-Wold ou Chipping Campden são ótimas opções para servirem de hospedagem.
A tarde rende em Bourton, caminhando às margens do rio Windrush, entrando no Model Village ou no Cotswold Motoring Museum se quiser algo indoors, e fechando com a trilha curtinha entre Upper e Lower Slaughter. Se sobrar luz, suba à Broadway Tower para a vista da região antes do jantar. O segundo dia é para circular com calma entre vilarejos próximos. De manhã, comece por Bibury para ver a Arlington Row com menos movimento e siga para Chipping Campden, que tem uma High Street linda para caminhar. Ali perto ficam os jardins de Hidcote e Kiftsgate (na temporada, são um ótimo complemento). À tarde, volte por Stow-on-the-Wold para cafés e lojinhas de antiguidades, ou estique até Broadway e Snowshill se quiser mais um vilarejo fotogênico. As distâncias são curtas, geralmente 10 a 30 minutos, e tem lugares para estacionar.
Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região.

Manchester ou Liverpool – Dias 3 e 4
A estrada até Manchester ou Liverpool leva umas 3 horas e dá para encaixar duas paradas estratégicas. Uma em Stratford-upon-Avon, a cidade onde Shakespeare nasceu, a 50 minutos de Cotswolds. Pare nos estacionamentos perto do Royal Shakespeare Theatre/Bancroft Gardens, caminhe pela beira do River Avon e siga a pé até a Holy Trinity Church (onde Shakespeare está enterrado); na volta, passe pela Henley Street para ver a fachada do Shakespeare’s Birthplace e, se tiver tempo, escolha uma atração para entrar (Birthplace ou New Place). Feche com um lanche rápido no centrinho e retome a estrada.
A segunda parada pode ser Birmingham, a 45–60 minutos de Stratford. Estacione perto dos canais em Brindleyplace e caminhe pelo calçadão até a Library of Birmingham, que tem um terraço com vista da cidade; siga por Victoria Square e, se quiser algo mais urbano, passe no Bullring antes de voltar ao carro. Para quem curte rock, essa é a cidade do Black Sabbath.
E agora chegou a hora de uma decisão importante: se hospedar em Liverpool ou Manchester. Se você curte história marítima, clima de waterfront, Beatles (sim, Liverpool é a cidade dos Beatles) e um centro mais compacto para fazer quase tudo a pé, Liverpool tende a agradar mais. Se a sua pegada é vibe urbana moderna, arte de rua, cena gastronômica e barzinhos, além de arquitetura contemporânea e bons museus, Manchester costuma ser a melhor base. Pense no tom da viagem: Liverpool para um city break com identidade forte e fácil de explorar; Manchester para quem quer cidade grande com cara de hub, noites animadas e muito conteúdo moderno. Lembrando que se você é fã de futebol, as duas cidades possuem estádios que podem ser visitados. Veja nosso post sobre os times de futebol ingleses e como visitar os estádios.
Você também pode incluir um dia nesse nosso roteiro e ficar uma noite em Liverpool e aproveitar o melhor das duas cidades, sem precisar abrir mão de nenhuma delas.
Em Liverpool, a base é a orla: Royal Albert Dock concentra o The Beatles Story e rende fotos lindas; dali você caminha ao Museum of Liverpool e ao Pier Head, com as “Three Graces” (Royal Liver, Cunard e Port of Liverpool). No centro, Mathew Street leva ao Cavern Club; se quiser vista e história, dá para subir no Royal Liver Building 360. As duas catedrais, a Liverpool Cathedral (anglicana) e a Metropolitan (católica), mostram lados bem diferentes da arquitetura da cidade. E o Mersey Ferry é uma forma rápida de ver o skyline do rio.
Já em Manchester, o eixo é mais urbano e moderno: no centro, a John Rylands Library impressiona e o Science and Industry Museum conta a história industrial da cidade. O Northern Quarter é o combo de cafés, murais e lojinhas; Ancoats segura bem a cena gastronômica; e Deansgate/Spinningfields concentra bares e restaurantes para fechar o dia. Se quiser arte, a Manchester Art Gallery fica no miolo.
Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região de Liverpool e na região de Manchester.

Lake District (Windermere) – Dias 5 e 6
A subida de Manchester ou Liverpool até a região do chamado Lake District, leva 1h45–2h, então dá para chegar de manhã e começar leve. O Lake District é um parque nacional no noroeste da Inglaterra, famoso por lagos, montanhas e vilarejos de pedra. É lar do maior lago da Inglaterra (Windermere) e do pico mais alto (Scafell Pike), e desde 2017 é Patrimônio Mundial da UNESCO.
As melhores cidades base são Bowness-on-Windermere ou Ambleside, porque tudo fica a poucos minutos de carro ou de barco. Se a base for Bowness-on-Windermere, use o primeiro dia só ali: subida curta à Orrest Head para a vista do lago, depois um passeio de barco panorâmico saindo de Bowness (ida e volta, sem desembarcar) e, à tarde, a margem oeste de carro para Wray Castle e o vilarejo de Hawkshead. Jantar em Bowness e descanso.
No segundo dia, foque em Ambleside e Grasmere. Caminhe pelo centrinho de Ambleside, siga para Grasmere para ver o Dove Cottage e provar o gingerbread, e escolha entre o circuito fácil de Tarn Hows ou uma trilha curtinha com vista ampla como Loughrigg Fell. Se o seu hotel for em Ambleside, inverta os dias.
Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região.

Glasgow – Dias 7 e 8
A estrada de Windermere até Glasgow, já na Escócia, é tranquila (cerca de 2h), então dá para chegar ainda de manhã e já começar pelo centro. A Catedral de Glasgow e a Necropolis ficam pertinho uma da outra e rendem um passeio bonito com vista da cidade. Descendo para o miolo, a região da George Square e as ruas comerciais próximas (Buchanan/Argyle) são ótimas para caminhar e sentir o clima local; se quiser um mirante rápido, o centro de design The Lighthouse costuma ter acesso ao topo com vista dos prédios. No fim do dia, siga para o West End: a área da universidade tem aqueles claustros fotogênicos e o Kelvingrove Art Gallery and Museum fica ali do lado, fácil de combinar com um jantar em Ashton Lane ou em Finnieston, que concentra bares e restaurantes bons.
No segundo dia, dá para variar entre museus e margem do rio. A beira do Clyde tem o Riverside Museum (coleção de transportes, divertido e rápido de ver) e a Clydeside Distillery, que oferece visita guiada com degustação. Se quiser algo mais urbano, volte para o centro e procure os murais do circuito de street art espalhados pelas paredes; dá para ir ligando um ponto ao outro a pé. O dia rende bem com pausas curtas e tudo relativamente próximo; à noite, o West End volta a ser a melhor pedida. Para ficar bem localizada e fazer tudo a pé ou com deslocamentos curtos, escolha hospedagem no centro ou no West End.
Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região.

Inverness (Highlands) – Dias 9 e 10
A estrada de Glasgow até Inverness, na região de Highlands, é bonita e direta (cerca de 3h15), então a chegada costuma ser no meio ou fim da tarde. É um bom momento para desacelerar: caminhar pela margem do Rio Ness, atravessar as Ness Islands e dar uma espiada na Leakey’s, a livraria dentro de uma antiga igreja. O centro é compacto, dá para fazer tudo a pé, e os estacionamentos funcionam bem. Se quiser um pôr do sol simples e fotogênico, a ponte pedonal sobre o rio é uma opção.
No dia seguinte, escolha um loop sem pressa pelo Loch Ness (sim, o lago do famoso “monstro”): suba ao Urquhart Castle para ver o lago do alto, desça a Fort Augustus para ver as eclusas do Caledonian Canal e volte pela margem sul parando nas Falls of Foyers. Se preferir história, troque o lago por Culloden Battlefield e Clava Cairns, emendando com Fort George e, com sorte de maré, golfinhos em Chanonry Point. À noite, pubs e restaurantes do centro são ótimas opções.
Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região.

Edimburgo – Dias 11 e 12
A descida de Inverness até Edimburgo, a capital da Escócia, leva em média 3 horas, então a chegada costuma ser no final da manhã, começo da tarde. O melhor é já devolver o carro na chegada para não se preocupar com estacionamento no centro. Ao reservar seu carro, eswcolha um local de devolução central ou perto de estações de trem. A tarde uma boa opção é a Royal Mile; caminhe sem pressa, entre nas ruelas (closes) e siga até o Castelo de Edimburgo. Se quiser fechar o dia com vista bonita, suba a Calton Hill no pôr do sol e volte para jantar no miolo da Old Town ou, se preferir algo mais moderno, na New Town.
No segundo dia, comece por Dean Village e faça o trecho do Water of Leith até Stockbridge, que tem cafés e lojinhas para uma pausa. Depois, escolha um bloco mais cultural, como o National Museum of Scotland, ou siga até a área do Palace of Holyroodhouse. Se o tempo estiver colaborando, a subida ao Arthur’s Seat garante aquela vista de cartão-postal da cidade; dá para ir e voltar em poucas horas, sem precisar de grande preparo. No fim da tarde, passe pelo Grassmarket e pela Victoria Street e, se curtir, finalize com uma degustação de whisky em algum bar especializado na Royal Mile.
Para se hospedar, Old Town e New Town são as regiões mais práticas para fazer tudo a pé e resolver transporte com facilidade.
Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região.

Dia 13 – Trem Edimburgo → Londres
O roteiro de carro pode terminar em Edimburgo. A viagem de trem direto da estação Waverley até London King’s Cross leva cerca de 4h20–4h40, com partidas frequentes ao longo do dia. É embarcar e chegar já conectado ao metrô no centro de Londres, sem encarar horas de estrada. Se preferir, a volta pode ser de carro também, mas o trajeto é mais longo.
Dicas práticas antes de pegar a estrada
Para esse roteiro, a ideia é pegar o carro em Londres e já sair rodando. Se puder, retire o veículo fora da zona tarifada (Congestion Charge/ULEZ) ou no aeroporto, o que facilita a saída e evita taxas extras logo de cara. As autoestradas britânicas (as “M-roads”, como M1, M6) são ótimas, bem sinalizadas e, diferente da França, quase sempre sem pedágio; as exceções existem (como a M6 Toll perto de Birmingham e algumas pontes/túneis), mas no geral você não vai gastar com praças de cobrança no dia a dia. Nos lugares que cobra pedágio, o pagamento é por app ou por cartão. Não aceita dinheiro. Em cidades grandes, fique atento às Low Emission Zones (Glasgow e Edimburgo têm regras próprias).
Se puder, escolha carro automático: a adaptação à mão inglesa fica bem mais fácil.
Sobre abastecimento, você vai ver “petrol/unleaded” (gasolina) e “diesel”. Os postos costumam ter pagamento na bomba com cartão. Nas áreas mais rurais o horário de funcionamento pode ser reduzido, então vale abastecer antes de entrar em trechos mais vazios (Lake District/Highlands).
No painel do carro, as velocidades aparecem em mph (milhas por hora) e há muitas câmeras que calculam a média de velocidade entre dois pontos; se a média calculada for superir à permitida, você pode ser multado, então mantenha o ritmo constante. Para facilitar a conta pense que 1 milha = 1,6 km.
Nos centros históricos, o estacionamento costuma ser no esquema pay-and-display: você estaciona, vai à máquina, escolhe o tempo (1h, 2h…), paga (cartão/contactless ou moedas), recebe um ticket com a hora de expiração e deixa esse ticket visível no painel do carro. Em muitos lugares dá para pagar por app (RingGo ou PayByPhone): cadastre a placa e um cartão, digite o código da zona que aparece na placa do estacionamento, escolha o tempo e, se precisar, estenda pelo celular.
Baixe mapas offline no Google Maps/Waze e ative a orientação de faixa (lane guidance) que são setas no topo do mapa que indicam em qual faixa entrar antes de cruzamentos e rotatórias, ajudando a se posicionar com antecedência. Nas rotatórias, a preferência é de quem já está nelas; como regra geral, use a faixa da esquerda para a 1ª/2ª saída e a faixa da direita para saídas posteriores ou retorno.
As mehores épocas são de maio a setembro os dias são longos e a chance de tempo firme é maior. Em junho–agosto as Highlands ficam lindas, mas leve repelente (os famosos midges aparecem no fim da tarde). No inverno, o roteiro continua possível, porém com luz do dia curtinha e clima mais instável, com possibilidade de neve.
Para alugar o carro, Ao alugar um carro, recomendo a Rentcars, que além de ter ótimos preços, você usando o cupom DICAEINDICA tem desconto de 5% para pagamento online para a maioria das locadoras. Clique aqui para cotar.
Viajar de carro pelo Reino Unido é curtir a liberdade de entrar em vilarejos de pedra nos Cotswolds, atravessar vales e lagos no Lake District, ver paisagens dramáticas nas Highlands e terminar o dia andando pela Royal Mile em Edimburgo. O mais legal é que, com duas noites em cada base, dá tempo de parar quando der vontade, escolher um pub aleatório no caminho, incluir uma vista inesperada e transformar cada deslocamento em parte da experiência, sem correria e sem abre-e-fecha de mala todos os dias.







