O metrô de Paris é um dos sistemas de transporte mais famosos do mundo e um dos mais práticos para explorar a cidade. Ele é rápido, barato e conecta praticamente todos os bairros, o que torna quase impossível não ter uma estação por perto. Mas, para quem vai usar pela primeira vez, o emaranhado de linhas, cores e nomes de estações pode assustar. Aqui eu explico a história, como ele funciona, como comprar bilhetes, passar na catraca e ainda dou várias dicas para você aproveitar o sistema sem perrengue.
Um pouquinho de história do Métro
O Métropolitain, ou simplesmente métro, começou a funcionar em julho de 1900, criado para facilitar o transporte durante a Exposição Universal daquele ano, evento que também apresentou ao mundo a famosa Torre Eiffel. A primeira linha ligava Porte de Vincennes a Porte Maillot e foi construída em tempo recorde de 20 meses, algo impressionante para a época.
No início, o projeto enfrentou críticas: alguns parisienses achavam que as entradas e túneis iriam “estragar” a beleza da cidade, e muitos tinham receio de descer ao subsolo. Foi aí que entrou o arquiteto Hector Guimard, responsável pelo design das icônicas entradas em estilo Art Nouveau, com ferro trabalhado e letreiros verdes, que ajudaram a conquistar o público.
Com o tempo, o sistema se expandiu rapidamente e, hoje, o metrô de Paris conta com 16 linhas principais (numeradas de 1 a 14, mais as curtas 3bis e 7bis), mais de 300 estações e cerca de 220 km de trilhos. É um dos mais densos do mundo, com estações em média a cada 500 metros, o que significa que, em praticamente qualquer lugar da cidade, você está a poucos minutos de um acesso ao metrô.

Curiosidades do metrô de Paris
O metrô de Paris vai muito além de um simples meio de transporte; algumas estações são verdadeiros pontos turísticos. Muitas entradas antigas em estilo Art Nouveau são tombadas como patrimônio histórico e se tornaram parte da paisagem da cidade, como a charmosa entrada da estação Abbesses, em Montmartre.
Entre as paradas que valem uma olhada, está a Arts et Métiers, toda revestida em cobre e decorada como o interior de um submarino, inspirada nas obras de Júlio Verne — parece cenário de filme. Já a Louvre-Rivoli exibe réplicas de esculturas do Museu do Louvre, deixando a espera pelo próximo trem muito mais interessante. Outra estação curiosa é a Concorde, onde as paredes são cobertas por azulejos que formam o texto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
Prestar atenção nesses detalhes transforma cada trajeto numa descoberta diferente. E, para aproveitar melhor, tenha sempre um mapa do metrô impresso ou salvo no celular — eles estão disponíveis gratuitamente em hotéis e centros de informação turística.
Como entender as linhas e direções no metrô em Paris
O metrô de Paris pode parecer complicado à primeira vista, mas a lógica é simples quando você entende o básico. Cada linha tem um número e uma cor no mapa, e os trens circulam sempre em duas direções, indicadas pelo nome da estação final e não por pontos cardeais como “norte” ou “sul”. Isso significa que, para saber para onde ir, você precisa identificar qual é a estação final no sentido desejado.
Por exemplo: se você estiver na Linha 1 e quiser ir até o Louvre, vai precisar conferir se o sentido correto é “La Défense” ou “Château de Vincennes”, dependendo de onde estiver. Essa informação aparece nas placas das plataformas, acima das portas e nos painéis digitais que mostram o próximo trem.

O sistema é todo interligado, e muitas estações funcionam como pontos de correspondência (correspondance) ou o que chamamos de baldeação, permitindo trocar de linha sem sair da área paga. Essas conexões são bem sinalizadas por placas brancas com a cor e o número da linha de destino, além do nome da estação final no sentido em que ela vai. Em estações grandes, as conexões podem envolver longos corredores ou escadas, então vale prestar atenção nas setas e no número da linha para evitar caminhadas extras.
Algumas linhas têm características próprias: as linhas 1 e 14 são automáticas, sem condutor, e costumam ser mais rápidas e frequentes. Já as linhas “bis” (3bis e 7bis) são bem curtas e servem para ligar trechos específicos que não justificariam uma linha completa.
Para se localizar, basta conferir o mapa oficial, que está sempre disponível nas paredes das plataformas, dentro dos vagões e também nos aplicativos como Google Maps e RATP. Uma dica útil é memorizar o número da sua linha e o nome da estação final do seu sentido — isso evita confusões quando há várias linhas passando pela mesma estação.
O transporte público de Paris é dividido em zonas tarifárias, que determinam até onde o seu bilhete ou passe é válido. A zona 1 cobre o centro da cidade, onde ficam praticamente todas as atrações turísticas mais famosas, e as zonas seguintes se estendem para os arredores e cidades vizinhas. Por exemplo, Versalhes fica na zona 4 e a Disneyland Paris na zona 5. Na prática, se o seu bilhete for válido apenas para a zona 1, você pode circular à vontade pelo centro, mas vai precisar comprar um bilhete adicional para qualquer deslocamento que ultrapasse esse limite. Os passes e bilhetes já indicam para quais zonas servem, e escolher a cobertura certa evita pagar por áreas que você talvez nem vá visitar. Aqui tem um mapa enorme mostrando a divisão das zonas.
Diferença entre metrô, RER, tram e Transilien
O transporte público de Paris é integrado e inclui quatro sistemas principais: métro, RER, tram e Transilien. Cada um tem funções diferentes, mas todos podem ser combinados na mesma viagem, dependendo do bilhete ou passe escolhido.
O métro é o metrô de Paris propriamente dito, com 16 linhas numeradas e cores diferentes no mapa e identificadas nas placas das estações pela letra “M”. Ele cobre de forma densa a cidade, com estações próximas umas das outras, ideal para deslocamentos curtos e dentro da zona central (zona 1). O bilhete ticket t+ vale para o metrô e permite baldeações ilimitadas até você sair do sistema (vamos falar dos tipos de bilhetes mais adiante).
O RER (Réseau Express Régional) é um trem rápido que liga Paris às cidades vizinhas, mas também serve áreas dentro da cidade. São cinco linhas identificadas por letras (A, B, C, D e E), com poucas paradas na área central e mais velocidade que o metrô. Nas placas das estações estão identificadas pela letra “R”. É a melhor opção para trajetos como aeroportos (RER B para Charles de Gaulle, RER B + Orlyval para Orly), Disneyland Paris (RER A) e Palácio de Versalhes (RER C). Dentro da zona 1, o bilhete ticket t+ também vale para o RER, mas para zonas mais distantes é preciso bilhete específico com tarifa baseada na distância.

O tram é o bonde moderno que circula principalmente nas áreas periféricas de Paris. As linhas são identificadas pela letra T seguida de um número (T1, T2, T3a, T3b, etc.). É útil para se deslocar entre bairros afastados ou para acessar áreas onde o metrô e o RER não chegam diretamente. Por andar na superfície, ele também oferece um visual interessante do percurso. É muito raro na área turística.
O Transilien é o sistema de trens suburbanos operado pela SNCF, com linhas identificadas por outras letras (H, J, K, L, N, P, R e U). Ele liga Paris a cidades mais afastadas da região da Île-de-France, geralmente partindo de grandes estações como Gare Saint-Lazare, Gare du Nord, Gare de Lyon e Gare Montparnasse. Não atravessa Paris como o RER, mas pode ser útil para visitar destinos mais distantes, como Giverny, Chantilly ou Fontainebleau. As tarifas variam conforme a distância, e geralmente não é possível usar o bilhete ticket t+, sendo necessário um bilhete específico para o destino.
Resumindo: o métro cobre distâncias curtas na cidade, o RER conecta Paris a subúrbios e atrações próximas com mais rapidez, o tram circula nas bordas da cidade com percursos na superfície e o Transilien leva a cidades mais distantes da região metropolitana.
Tipos de passes de metrô para turistas em Paris
Quem visita Paris tem algumas opções de passe que podem facilitar (e baratear) o uso do transporte público, dependendo de quantos dias vai ficar e de quanto pretende se deslocar.
O mais básico é o ticket t+, que custa cerca de €2,15 por viagem e vale para metrô, RER somente zona 1, tram e ônibus, incluindo baldeações dentro do sistema. É prático para quem vai fazer poucos trajetos durante a viagem, mas se a ideia é usar bastante o transporte, compensa pensar em passes.
O Navigo Easy é um cartão recarregável que substitui os tickets de papel. Ele pode ser carregado com passagens unitárias ou com o carnê digital, que é o pacote de 10 viagens com desconto. É uma boa opção para quem vai ficar poucos dias, mas prefere a praticidade de ter tudo num único cartão. Também só vale para a zona 1. O custo é de €2 pelo cartão e 10 viagens custam €17, portanto fica mais em conta que usar o ticket t+. Não tem validade, pode ser recarregado e pode ser um cartão só para a família toda; não é necessário comprar um cartão por pessoa. Nesse passe quem vai usar RER para aeroporto, Versalhes e/ou Disney, que são zonas 3, 4 ou 5, precisa pagar esses trechos avulsos. Para efeito de curiosidade e de cálculo, um passe individual de RER para Versailles ou Disneyland custa em torno de €5 por trecho.
Já o Navigo Découverte funciona como um passe semanal ou mensal e costuma ser a escolha mais vantajosa para quem vai passar uma semana em Paris. Ele cobre metrô, RER, tram, ônibus e até trens Transilien dentro das 5 zonas (portanto cobre Disneyland, Versalhes, aeroporto…) e sem limite de uso. O passe semanal vale de segunda a domingo, então, para aproveitar melhor, é bom planejar a compra no início da semana. Custa €31 a semana inteira e o cartão custa €5. Não pode ser compartilhado, portanto cada pessoa deve ter o seu.

Outra opção é o Paris Visite, um passe pensado para turistas e que pode ser adquirido para 1, 2, 3 ou 5 dias consecutivos. Ele inclui metrô, RER, tram, ônibus, funicular de Montmartre e alguns trens, e pode ser comprado para diferentes combinações de zonas. No fundo é a opção mais cara e não compensa.
Conclusão: a melhor coisa é fazer as contas de quantos deslocamentos pretende fazer durante a viagem baseado no roteiro da viagem e passeios escolhidos e definir qual a melhor opção de passe, mas na maioria das vezes os Navigos são as melhores opções.
Onde e como comprar os bilhetes para o metrô de Paris
Os bilhetes e passes podem ser comprados diretamente nas máquinas automáticas das estações, que aceitam moedas, cartões e, em alguns casos, notas, sempre com opção de idioma inglês também. Quem preferir atendimento humano pode ir aos guichês (guichet) das principais estações. Só recomendo em último caso, pois é mais difícil entender o francês do que se virar na máquina. Outra alternativa prática é comprar pelo aplicativo Île-de-France Mobilités, carregando o bilhete ou passe diretamente no seu celular ou no cartão físico (Navigo Easy ou Navigo Découverte).
Depois de comprar o ticket, é hora de validar. se for o ticket de papel, insira no leitor da catraca, retire na parte de cima e siga — guarde o ticket até o fim da viagem, pois fiscais podem pedir para conferir. se for o Navigo Easy ou Navigo Découverte, basta encostar no leitor até a luz verde acender e a catraca liberar. As catracas fecham rápido, então aguarde a pessoa da frente passar para não ficar preso no meio.
No metrô, normalmente a validação é feita apenas na entrada. Mas, em linhas de RER e Transilien, é preciso validar também na saída da estação. Isso porque o sistema calcula o trajeto e só libera se o bilhete ou passe cobrir as zonas percorridas. Se você tentar sair sem passar o bilhete ou cartão, o portão não abre — e, se for bilhete de papel, ele pode até ficar retido, portanto guarde o bilhete até sair definitivamente da estação.

Pessoas com mobilidade reduzida e carrinhos de bebê
O metrô de Paris não é exatamente o mais amigável para quem tem dificuldade de locomoção ou viaja com carrinho de bebê. Grande parte das estações foi construída no início do século XX e não possui elevadores, contando apenas com escadas fixas e rolantes. Isso significa que o acesso pode ser complicado, principalmente em conexões entre linhas ou estações profundas.
Se você precisa de acessibilidade total, o RER costuma ser opção melhor, já que muitas estações têm elevadores e plataformas no mesmo nível dos trens. No metrô, as linhas mais novas, como a 14, oferecem um pouco mais de recursos, mas ainda assim não é garantia de acessibilidade em todas as paradas.
Para quem viaja com carrinho de bebê, vale planejar os deslocamentos com antecedência, preferir estações mais modernas e, se possível, dobrar o carrinho antes de descer escadas para facilitar a movimentação e evitar o fluxo de passageiros. Em horários de pico, as plataformas e trens ficam lotados, o que pode tornar o trajeto com carrinho mais estressante.
No site oficial da RATP é possível consultar quais estações possuem elevadores ou acesso adaptado, e essa verificação antes de sair do hotel pode economizar bastante tempo e energia.

Como escolher hotel em Paris perto de estação de metrô
Ficar hospedado perto de uma estação de metrô em Paris faz toda a diferença na viagem. A cidade é bem servida de transporte público, mas estar a poucos passos de uma entrada de metrô economiza tempo, facilita os deslocamentos e torna o dia a dia mais confortável, principalmente se você pretende voltar ao hotel no meio do dia para descansar.
O ideal é escolher um hotel próximo a uma estação que ofereça acesso a mais de uma linha. Essas estações são chamadas de pontos de correspondência e permitem trocar de linha sem pagar outra passagem, conectando você rapidamente a várias partes da cidade. Por exemplo, estações como Châtelet, Gare de Lyon, Montparnasse-Bienvenüe e République concentram várias linhas e facilitam chegar a pontos turísticos como Torre Eiffel, Louvre, Montmartre e até aos aeroportos via RER. Portanto, se hospedando em hotéis perto de uma dessas estações você terá muito mais opções de linhas, facilitando o deslocamento.
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Antes de reservar, vale olhar o mapa do metrô de Paris e identificar onde estão as estações mais estratégicas para o seu roteiro. Outro ponto importante é verificar se a estação tem escadas rolantes ou elevador, principalmente se você estiver viajando com malas grandes, carrinho de bebê ou tiver dificuldades de locomoção. Estações antigas podem ter apenas escadas fixas, o que não é nada prático se for chegar com bagagem.
Uma dica final é cruzar as informações do Google Maps com o mapa do metrô e ver qual estação fica perto do seu hotel e quais linhas passam por ela. Quanto mais linhas diferentes, mais rápido e flexível será o seu deslocamento e isso pode compensar até pagar um pouco mais na diária.
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Segurança no metrô de Paris
O metrô de Paris é seguro no sentido de não haver áreas perigosas para circular durante o dia, mas, como em qualquer grande cidade turística, é preciso ficar atento aos furtos e golpes. Bolsos e bolsas sem supervisão são convite para os pickpockets (batedores de carteira), principalmente em estações movimentadas nas áreas turísticas.
A maior parte dos furtos acontece em horários de movimento intenso, quando os trens estão cheios e as pessoas ficam espremidas. Nessas situações, mantenha a mochila ou bolsa na frente do corpo, segure o celular com firmeza e evite tirar dinheiro ou passaporte em público.
Também existem golpes comuns, como pessoas oferecendo “ajuda” nas máquinas de bilhete e depois cobrando por isso, ou pedindo assinaturas para supostas causas sociais enquanto um cúmplice tenta pegar algo do seu bolso. A dica é sempre recusar educadamente e seguir seu caminho.
À noite, o metrô funciona até por volta de 0h45 (e até 1h45 às sextas e sábados). As plataformas ficam mais vazias, então é bom se manter em áreas bem iluminadas e próximas a outros passageiros. Se preferir mais segurança no retorno tarde, pode optar por um táxi, transporte por aplicativo ou RER (nas estações principais, que costumam ter mais movimento).
No geral, tendo atenção e cuidado com seus pertences, é possível usar o metrô de Paris tranquilamente e milhões de turistas fazem isso diariamente sem problemas.

Dicas para usar o metro de Paris sem perrengue
Algumas dicas tornam a experiência no metrô de Paris muito mais tranquila. Vale baixar o aplicativo RATP ou usar o Google Maps para calcular rotas em tempo real, já que eles indicam a linha certa, o sentido e até eventuais interrupções no serviço. Se puder, evite os horários de pico — entre 7h30 e 9h30 e entre 17h e 19h — quando os trens ficam lotados e é mais difícil embarcar, especialmente com malas ou carrinho de bebê.
Em estações grandes, como Châtelet, Gare du Nord ou Montparnasse-Bienvenüe, siga sempre as placas com o número e a cor da linha e o nome da estação final no sentido que você vai. Essas estações podem ter longos corredores e diferentes acessos, então se orientar pelas placas ajuda a evitar voltas desnecessárias.
Ao sair de uma estação, repare nas placas de saída (Sortie). Elas costumam indicar nomes de ruas próximas, pontos turísticos ou atrações relevantes. Escolher a saída certa pode economizar caminhadas e já deixar você exatamente no lado da rua ou na frente do ponto de interesse que procura.

Atenção com as plataformas compartilhadas: no RER e em alguns pontos do metrô de Paris, a mesma plataforma pode receber trens de linhas diferentes ou do mesmo RER indo para destinos opostos. Para não embarcar no trem errado, sempre verifique no painel eletrônico da plataforma a letra da linha e o destino final antes de entrar.
Se estiver indo para o aeroporto Charles de Gaulle, a opção mais prática é o RER B. Já para o aeroporto de Orly, use a combinação Orlyval + RER B. Vale lembrar que, no RER e nos trens Transilien, é preciso validar o bilhete também na saída.
Por fim, como já falamos, atenção aos seus pertences, especialmente em estações movimentadas e turísticas. Prefira manter a mochila ou bolsa à frente do corpo e evite usar celular ou carteira de forma descuidada nas plataformas e trens lotados.
Tudo vai parecer meio confuso e complicado no primeiro trajeto, mas no segundo dia de viagem você já estará se locomovendo de metrô em Paris como um veradeiro parisiense.