Dirigir pela França é a maneira mais gostosa de ligar cenários que, de trem, você só vê passar pela janela. Em poucas horas, você sai de um castelo renascentista às margens do Loire para brindar num vinhedo de Bordeaux, atravessa vilarejos medievais de pedra na Dordogne, pega estradas ladeadas por campos de lavanda na Provence e termina o dia olhando o Mediterrâneo na Côte d’Azur. As estradas são ótimas, bem sinalizadas e com áreas de serviço caprichadas; dá para viajar no seu ritmo, parando quando der vontade (e, na França, sempre dá).

A grande vantagem de explorar o país de carro é a liberdade de escolher o caminho, entrar em vilarejos que parecem cenário de filme e descobrir restaurantes ou mercados locais fora do circuito turístico. Além disso, a malha rodoviária francesa conecta muito bem as principais regiões, o que torna os deslocamentos fáceis e diretos.

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De 10 a 14 dias de carro pela França explorando castelos, vinhos e vilarejos

Este roteiro foi pensado para ser feito entre 10 e 14 dias, começando e terminando em Paris, mas com foco total no interior do país. É um itinerário flexível, que pode ser adaptado de acordo com o tempo disponível e o estilo de viagem, seja para quem quer uma imersão em vinhos e gastronomia, para quem prefere vilarejos históricos ou para quem sonha em ver de perto os campos de lavanda da Provence.

Algumas das regiões que vamos falar aqui também apareceram no post sobre 5 regiões da França que são um encanto, e você pode saber mais lá.

Abaixo tem um mapinha com o roteiro de carro entre todas as regiões propostas aqui. Como é um roteiro que haverá muita troca de hotéis, vale a pena deixar tudo reservado com antecedência para evitar chegar nas cidades e não conseguir hospedagem. Temos parceria com o Booking e Hotéis.com e você pode fazer as reservas por esses links.

Vale do Loire – Dias 1 e 2

Pegue o carro em Paris (ou no aeroporto ou alguma estação) e siga direto para a região dos castelos. A primeira parada da viagem é o Vale do Loire, região famosa pelos seus castelos renascentistas e vilarejos charmosos às margens do rio. Em cerca de 2h30 você chega a Amboise ou Blois, bases perfeitas para explorar a região. Ambas têm boa oferta de hotéis e restaurantes e ficam bem localizadas para explorar os principais castelos.

Entre os mais imperdíveis está o Château de Chambord, o maior e mais impressionante da região, com sua arquitetura extravagante e escadaria projetada por Leonardo da Vinci. Outro destaque é o Château de Chenonceau, conhecido como “castelo das damas”, que se estende sobre o rio Cher e rende fotos belíssimas. Em Amboise, o Château d’Amboise foi residência de reis da França e tem vistas panorâmicas da cidade. Já o Château de Villandry chama a atenção pelos jardins geométricos, considerados entre os mais bonitos da Europa.

Além dos castelos, o Vale do Loire é uma região de vinícolas e mercados locais, ótimos para encaixar entre uma visita e outra. Quem busca algo ainda mais especial pode aproveitar para fazer um passeio de balão, que parte de diferentes cidades e oferece uma vista inesquecível dos castelos e do rio ao entardecer.

Dois dias são ideais para conhecer os principais pontos sem pressa, alternando visitas culturais, passeios pelos vilarejos e paradas gastronômicas.

Clique aqui para ver os ingressos disponíveis na região.

Bordeaux – Dias 3 e 4

Deixe o Loire para trás e siga viagem rumo a Bordeaux, cidade elegante e vibrante, considerada a capital mundial do vinho. A viagem leva em torno de 4 horas de carro, mas vale a pena: Bordeaux combina arquitetura histórica, gastronomia e, claro, vinícolas de renome internacional.

A cidade em si merece ser explorada com calma. Caminhe pelo centro histórico, tombado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, onde estão a imponente Place de la Bourse, às margens do rio Garonne, e o famoso Miroir d’Eau, um espelho d’água que reflete os prédios iluminados à noite. A catedral de Saint-André e a animada Rue Sainte-Catherine, cheia de lojas e cafés, também entram no roteiro.

Mas o grande atrativo da região são as vinícolas. Se você gosta de vinho, não pode deixar de visitar Saint-Émilion, vilarejo medieval encantador rodeado por vinhedos, ou a região do Médoc, com alguns dos rótulos mais prestigiados da França. Muitas vinícolas oferecem tours guiados com degustação, e algumas até recebem famílias com experiências adaptadas para quem viaja com crianças.

Dois dias em Bordeaux permitem equilibrar passeios urbanos e visitas às vinícolas, sem pressa. Aproveite também a gastronomia: os restaurantes da cidade são reconhecidos pela qualidade, e vale experimentar pratos típicos acompanhados de um bom vinho da região.

Veja aqui todos os ingressos na região.

Dordogne – Dias 5 e 6

Depois de Bordeaux, siga para a região da Dordogne, que combina vilarejos medievais, castelos de contos de fadas e paisagens naturais de tirar o fôlego. A viagem leva cerca de 3h30 de carro, mas o destino compensa: é uma das áreas mais autênticas e encantadoras da França.

A base mais indicada é a cidade de Sarlat-la-Canéda, conhecida pelas ruas estreitas de pedra, praças animadas e um mercado que enche de vida o centro histórico. Passear por ali já é uma viagem no tempo, com arquitetura preservada e restaurantes que servem pratos típicos da região, como foie gras e trufas.

Entre os pontos mais marcantes estão os castelos às margens do rio Dordogne, como o Château de Beynac, que domina a paisagem do alto de um penhasco, e o Château de Castelnaud, famoso por suas armas medievais em exposição. Para uma experiência diferente, vale fazer um passeio de barco tradicional, chamado gabarre, que navega pelo rio e oferece vistas incríveis das fortalezas e vilarejos ao longo das margens.

Outro destaque da região são as cavernas pré-históricas, especialmente a réplica de Lascaux, que preserva fielmente as pinturas rupestres originais datadas de mais de 17 mil anos. É uma visita fascinante que mostra o peso histórico da região muito além da Idade Média.

Dois dias na Dordogne permitem equilibrar visitas a castelos, vilarejos e passeios ao ar livre, sempre com paradas gastronômicas no caminho.

Veja aqui ingressos disponíveis na região.

Provence – Dias 7 e 8

Deixe a Dordogne para trás e siga em direção à Provence, uma das regiões mais icônicas da França. A viagem é mais longa (cerca de 5h a 6h de carro), mas o destino recompensa com vilarejos medievais de pedra, campos de lavanda, mercados coloridos e uma luz que inspirou pintores como Van Gogh e Cézanne.

Uma boa base é Avignon, famosa pelo Palais des Papes e pela charmosa Pont Saint-Bénézet, ou Aix-en-Provence, cidade universitária elegante com ruas arborizadas, praças cheias de fontes e cafés charmosos. Ambas oferecem localização estratégica e ótima infraestrutura para explorar a região.

O Luberon é imperdível. Vilarejos como Gordes, empoleirado sobre uma colina, e Roussillon, com suas falésias avermelhadas de ocre, rendem passeios memoráveis. Já quem visita a Provence entre junho e julho não pode perder os campos de lavanda em Valensole, que se estendem até onde a vista alcança e se tornaram cartão-postal da região.

Além das paisagens, os mercados provençais são uma atração à parte: barracas de queijos, azeites, ervas, lavanda e artesanato local transformam qualquer visita em uma experiência sensorial. Para completar, restaurantes típicos servem pratos como a ratatouille e o tapenade, sempre acompanhados por vinhos rosés da região.

Dois dias permitem conhecer o essencial, mas quem tiver mais tempo pode estender a estadia e incluir passeios até o Parque Nacional das Gorges du Verdon, um desfiladeiro impressionante que é ótimo para trilhas e passeios de barco.

Consulte aqui ingressos na região.

Côte d’Azur – Dias 9 e 10

A próxima parada é a glamourosa Côte d’Azur, também conhecida como Riviera Francesa. A viagem de carro desde a Provence leva em torno de 3h a 4h e já prepara o espírito para dias à beira-mar, com muito charme e paisagens cinematográficas.

A base mais prática é Nice, cidade vibrante que combina praia, cultura e gastronomia. Caminhar pela Promenade des Anglais, a avenida à beira-mar, é quase obrigatório, assim como explorar o Vieux Nice, o centro histórico cheio de ruelas coloridas, lojinhas e mercados. Não deixe de subir até a Colina do Castelo (Colline du Château) para ter uma das vistas mais bonitas da cidade.

De Nice, dá para fazer passeios rápidos até vilarejos e cidades vizinhas. Éze é um dos mais charmosos: uma vila medieval construída sobre uma encosta, com ruas de pedra, ateliês de artistas e um jardim exótico que oferece uma vista espetacular do Mediterrâneo. Já Mônaco, a menos de 30 km de distância, impressiona com seu famoso Cassino de Monte Carlo, o Palácio do Príncipe e o porto repleto de iates luxuosos.

Dois dias são suficientes para curtir Nice com calma e ainda encaixar essas visitas. Mas, se tiver tempo extra, vale estender a estadia e incluir cidades como Cannes e Antibes, conhecidas pelas praias e pelo estilo sofisticado.

Consulte aqui ingressos na região.

Lyon – Dia 11

Na volta em direção a Paris, faça uma parada em Lyon, a terceira maior cidade da França e considerada a capital gastronômica do país. O trajeto desde Nice leva cerca de 4h de carro, e é a oportunidade perfeita para encerrar a viagem com boa comida e um mergulho cultural.

O coração da cidade está no Vieux Lyon, o centro histórico, com ruelas estreitas, arquitetura renascentista e as famosas traboules, passagens secretas que ligam uma rua a outra e eram usadas por comerciantes no passado. A Basílica de Notre-Dame de Fourvière, no alto da colina, oferece uma vista incrível da cidade e é um dos cartões-postais mais conhecidos.

Além da parte histórica, Lyon é famosa pela sua cena gastronômica. Os bouchons lyonnais, restaurantes típicos, servem pratos tradicionais da região em um ambiente acolhedor, uma experiência imperdível para quem gosta de provar a culinária local. Para completar, vale passear pelas margens dos rios Ródano e Saône, que cortam a cidade e oferecem áreas agradáveis para caminhar ou fazer uma pausa antes da reta final da viagem.

Consulte aqui os ingressos nessa região.

Ajustes opcionais – Dias 12 a 14

Se você tiver mais tempo disponível, pode estender a viagem em diferentes pontos do roteiro para aproveitar com mais calma. Esses dias extras tornam o trajeto mais leve e permitem incluir experiências que, em um itinerário mais corrido, ficariam de fora.

No Vale do Loire, por exemplo, dá para visitar castelos adicionais como o Château de Villandry, famoso pelos jardins geométricos, ou o Château de Cheverny, que serviu de inspiração para o castelo de Tintin. A região também é perfeita para encaixar um passeio de balão, que oferece uma vista única dos castelos e do rio ao entardecer.

Na Provence, um dia a mais abre espaço para conhecer o impressionante Parque Nacional das Gorges du Verdon, considerado o “Grand Canyon da Europa”. As falésias imensas e o rio de águas azul-turquesa formam um cenário espetacular para trilhas, passeios de barco ou caiaque.

Já na Côte d’Azur, tempo extra significa explorar mais cidades costeiras. Cannes, com sua Croisette repleta de palmeiras e hotéis de luxo, e Antibes, com seu centro histórico charmoso e praias mais tranquilas, são ótimas adições ao roteiro. Outra parada que vale muito a pena é Saint-Paul-de-Vence, um vilarejo medieval no alto de uma colina, famoso por suas galerias de arte e ruelas de pedra floridas, que oferece uma atmosfera bem diferente do agito do litoral.

Por fim, se preferir um ritmo ainda mais tranquilo, você pode simplesmente esticar a estadia em lugares que mais agradarem, seja curtindo mais vinícolas em Bordeaux, mais vilarejos no Luberon ou apenas relaxando diante do Mediterrâneo.

Dicas práticas antes de pegar a estrada

Ao planejar um roteiro de carro pela França, uma boa ideia é já retirar o veículo em Paris e sair direto da cidade. Se possível, faça a retirada em um dos aeroportos ou estações, o que evita trânsito e facilita a saída para as autoestradas. Clique aqui para reservar o seu carro. As autoroutes, como são chamadas as rodovias francesas, são excelentes, mas quase sempre têm pedágios. Vale ter um cartão à mão, já que muitas praças de cobrança não aceitam dinheiro.

O combustível também merece atenção. Os postos nas autoestradas são práticos, mas costumam ter preços mais altos. Sempre que puder, abasteça em cidades menores pelo caminho, onde a diferença de valor costuma ser significativa.

Nos centros históricos, o estacionamento pode ser um desafio. As ruas são estreitas, as vagas são limitadas e, muitas vezes, apenas moradores têm permissão para parar em determinadas áreas. Por isso, a melhor opção é escolher hotéis que já incluam estacionamento ou deixar o carro em estacionamentos públicos, que são bem sinalizados e seguros.

Atenção à sinalização. E se você não entender francês, uma dica extra que pode facilitar bastante é baixar o Google Lens no celular. Com ele, dá para apontar a câmera para placas de trânsito, menus ou até máquinas de pedágio e receber a tradução instantânea. Assim, você evita confusões e ganha mais segurança na hora de dirigir. É bom ter um tradutor tipo Google Tradutor que consegue traduzir frases faladas também, assim consegue se comunicar no caso de precisar falar com alguém.

Por fim, a melhor época para viajar de carro pela França é de abril a outubro, quando os dias são mais longos e o clima mais agradável. Para quem sonha com os campos de lavanda na Provence, os meses de junho e julho são os mais indicados, embora seja também a alta temporada, com preços mais elevados e atrações mais cheias.

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Viajar de carro pela França é descobrir que o encanto não está apenas nos destinos, mas também no caminho entre eles. Cada parada revela uma surpresa: um castelo imponente, um vinhedo escondido, um vilarejo medieval ou uma estrada ladeada por lavanda em plena floração. Com um roteiro de 10 a 14 dias, é possível sentir a diversidade do país: da elegância de Bordeaux ao charme rústico da Dordogne, do perfume da Provence ao glamour da Côte d’Azur, fechando com o sabor especial de Lyon.

Sem contar na flexibilidade que o carro oferece. Fazer paradas para fotos, escolher restaurantes aleatórios no caminho e até incluir uma atração inesperada é uma das grandes vantagens que o carro oferece.

Mais do que uma sequência de cidades, essa viagem é uma oportunidade de curtir a França em seu próprio ritmo, com liberdade para parar, se perder e criar memórias únicas. Afinal, a melhor parte de estar ao volante é justamente poder transformar cada trajeto em parte da experiência.

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