Durante a nossa viagem para a Califórnia em janeiro, aproveitamos para conhecer o Walt Disney Family Museum, em São Francisco. O museu mostra a vida e a obra de um dos maiores gênios da humanidade: Walt Disney.
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Através de registros da família, informações da imprensa e arquivos das empresas Disney, o museu conta toda a trajetória de Disney, desde o seu nascimento, em 1901 até sua morte em 1966. O museu fica na área chamada Presidio, em São Francisco, bem próximo à ponte Golden Gate.
Como é o museu da Família Disney
O museu foi fundado em 2009 pela filha mais velha de Walt, Diane Disney Miller, morta em 2013, com então 79 anos, em decorrência de problemas gerados por uma queda. O local é mantido pela Walt Disney Family Foundation, uma organização sem fins lucrativos, que também ajuda instituições de caridade na região de São Francisco.
A missão do museu é “informar gerações presentes e futuras sobre o homem e, através de sua história, para inspirá-los a seguir sua imaginação e insistir na busca de seus objetivos“.
Walt Disney foi um homem muito além do seu tempo; deu andamento a projetos que em meados do século XX pareciam ideias de “maluco”, como muitas vezes foi classificado. O tempo provou que era gênio e não maluco.
E apesar de todas as dificuldades na sua trajetória, ele sempre insistiu e seguiu em busca de seus ideais. E o museu retrata isso muito bem e se torna um programa muito inspirador.
Além de mostrar a vida de Walt Disney, o museu ainda se propõe a mostrar o processo envolvido na criação de diversos personagens, bem como as novas tecnologias que Walt implantou em seus filmes.
Além do museu, a fundação mantém também cursos e workshops sobre diversas áreas relacionadas à criação de animações e filmes, como desenho, pintura e som.
O que achei bem interessante nas galerias são os recursos multimídia; tem muito vídeo e áudio de entrevistas, apresentações, trechos de filmes… Dá para ficar horas só assistindo e ouvindo todo o material disponível. Além disso existem diversas áreas interativas, onde é possível manusear ou interagir com algum objeto ou tecnologia desenvolvida por Walt.
Como é dividido o Museu do Walt Disney
O museu é dividido em 3 andares e 9 galerias em ordem cronológica. No subsolo estão as classes e o cinema, onde são apresentados filmes de Walt Disney.
A visita começa ao lado da bilheteria, na sala de prêmios recebidos por Walt durante sua vida, como diversas estatuetas do Oscar, por exemplo.
É por aí que você deve começar a sua visita, pois ao lado já está a galeria 1, que mostra a infância e juventude de Walt. A exposição segue para o segundo andar, onde estão as galerias de 2 a 9 e termina no 1º andar no café e loja.
Vou dividir as galerias pelo o que pode ser encontrado em cada uma delas e que momento da vida de Walt cada uma conta.
1- Small Beginnings / The Dawn of a Carrer
Essa ala conta a infância e adolescência de Walt Disney. Nascido em Chicago em 1901, aos 5 anos se mudou para uma fazenda em Marceline, no Missouri, onde começou a aprender a desenhar.
Em 1911 a família se mudou para o Kansas. Era nesse período, que Walt, com apenas 11, 12 anos, levantava às 3h30 para entregar jornais com seu pai. Em 1917 voltam para Chicago, onde Walt teve aulas no Instituto de Arte de Chicago.
Durante a Primeira Guerra Mundial, tentou se alistar no exército, mas foi rejeitado por ser menor de idade. Então se juntou ao American Ambulance Corps e se tornou motorista de ambulância na França durante a guerra, mentindo sua idade.
Em 1920, já de volta aos Estados Unidos, Walt se envolveu no mundo da animação, área pela qual se apaixonou. Começou a fazer anúncios e curtas de animação com outros artistas, mas o negócio não deu certo e Walt se muda para a Califórnia com somente US$40,00.
2 – Hollywood / Oswald, Mickey & The Walt Disney Studios
Nessa galeria estão os primeiros sucessos de Walt, já na Califórnia, quando chegou em 1923, com então 22 anos em busca de um trabalho como diretor. Mas logo criou um estúdio com o seu irmão Roy, a Disney Bros.
O estúdio se tornou o mais importante dos Estados Unidos quando Walt criou Mickey Mouse e Steamboat Willie, o primeiro filme de animação com áudio sincronizado em 1928. É possível ver como era inserido áudio nos desenhos antigos.
É nessa área que também que é mostrado Oswald, The Lucky Rabbit, coelho desenhado por Walt em 1927 e que ele perdeu os direitos para a Universal, num golpe do produtor Charles Mintz. Foi nessa época que Walt se casou com Lillian Bounds, uma ilustradora do seu estúdio.
3 – New Horizons in the 1930s
Depois do sucesso de Mickey, o estúdio dos irmãos passa a se chamar Walt Disney Studios. Foi a partir daí que Walt passou a utilizar novas tecnologias em suas animações, revolucionando o setor.
Foi nessa época que Walt criou “Os Três Porquinhos”, que eternizou a música “Quem tem Medo do Lobo Mau”.
Nesse período Walt se tornou pai de duas meninas, Diane, filha biológica e Sharon, filha adotiva.
4- The Move to Features
Em 1937 Walt Disney lança um dos seus projetos mais ousados: a estreia de “Branca de Neve e os Sete Anões” o primeiro longa-metragem de animação, que aos olhos dos críticos era um loucura, porque imaginavam que ninguém ficaria 90 minutos no cinema para “assistir um filme de criança”. O desenho foi um tremendo sucesso e ganhou até um Oscar especial como filme inovador, com uma estatueta grande e sete pequenas, em referência ao filme.
Para esse filme, Walt exigiu que os animadores criassem esculturas dos personagens para que pudessem estudar cada personagem com mais detalhes, técnica utiliza até nos dias hoje na criação de personagens de animação.
5 – We Were in a New Business
Depois de Branca de Neve, Walt lançou filmes como “Bambi”, Pinóquio” e “Fantasia”. Apesar de bem vistos pela crítica, os filmes não foram tão rentáveis em função da Segunda Guerra Mundial.
Essa ala mostra algumas técnicas de pintura e esquema de cores.
6 – The Toughest Period
No início dos anos 40 Walt sofreu um período muito difícil da sua vida: seus pais faleceram e os animadores de seu estúdio entraram em greve.
Nessa mesma época os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial e Walt Disney foi convidado para fazer animações, cartazes e quadrinhos com seus personagens para treinamento e entretenimento das tropas e também de apoio à guerra. Nessa época eles lançam “Dumbo” e “Bambi”.
Walt faz uma turnê pela América do Sul com o objetivo de estreitar os laços dessa região com os Estados Unidos. Essa turnê, mais tarde, resultaria num personagem brasileiro, o Zé Carioca. Nessa área é possível encontrar diversos materiais feitos durante a guerra e também notícias sobre a greve.
7 – Post-war Productions / Walt’s Collection’s & Family Treasures
Após o fim da guerra, os irmãos Disney começaram a se aventurar em novas áreas como lançamentos de filmes “live-action”, com atores reais como “20.000 Léguas Submarinas”, e também na combinação filme e animação.
Foi nessa época de lançaram também as animações “Alice no País das Maravilhas”, “Peter Pan”, “A Dama e o Vagabundo” e “Cinderela”, sendo esse último o mais bem sucedido projeto de Walt, após Branca de Neve e os Sete Anões.
Nessa ala também é possível encontrar alguns tesouros da família Disney como fotos e miniaturas da coleção de Walt, que era fascinado por miniaturas.
8 – Walt & the Natural World
Essa área é somente um corredor com artigos sobre dois documentários que Walt fez sobre natureza ou lugares ao redor do mundo: “True-Life Adventures” e “People and Places“.
Mas a grande vedete dessa área é a maravilhosa vista da ponte Golden Gate e da Baía de São Francisco. No dia da nossa visita estava um dia lindo e foi impossível passar indiferente a essa vista.
No fim desse corredor está instalado um dos bancos do Griffith Park, em Santa Monica, onde Walt sentava para ver e esperar suas filhas que brincavam no carrossel. Foi num desses bancos que ele teve a ideia de um parque temático onde toda a família pudesse se divertir junta; foi aí que surgiu a Disneyland.
9 – The 1950s & 1960s / The Big Screen & Beyond / Walt’s Final Project
Os últimos 15 anos da vida de Walt foram muito promissores. Foi nessa época, mais especificamente em julho de 1955, que ele inaugura a Disneyland, em Anaheim, Califórnia. Dois meses após a inauguração, o parque já havia recebido mais de um milhão de visitantes.
É nesse mesmo ano que é lançada o série de TV “Mickey Mouse Club“, na rede ABC. Isso foi o pontapé para o lançamento dos chapéus com orelhas do Mickey.
Nessa área também é mostrada a participação de Walt na World’s Fair em New York em 1964, onde ele contribuiu com a tecnologia de bonecos animatrônicos e ajudou a desenvolver atrações como it’s small world, que mais tarde foram instaladas na Disneyland.
Walt também lança em 1964 o filme “Mary Poppins”, que apresenta técnicas avançadas de animação com atores reais. O filme recebe diversos Oscar’s, entre eles de efeitos especiais. A polêmica envolvendo a escritora da estória filme pode ser vista no filme “Nos Bastidores de Mary Poppins”.
Em 1965 Walt compra terras na cidade de Orlando, na Flórida, para dar início à implantação de uma ideia: Protótipo Experimental da Comunidade do Amanhã , ou EPCOT. Aí nascia a Disney World.
Nessa área é possível ver uma enorme maquete da Disneyland, como foram criadas e curiosidades sobre atrações do parque e o grande sucesso que o parque teve desde o início.
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Convite para imprensa para a inauguração da Disneyland |
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Cartazes de atrações de Disneyland |
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Tecnologia dos bonecos animatrônicos |
10 – Epilogue
Essa é, sem dúvida, a área mais triste de todo o museu: são capas de jornais e revistas e programas de rádio e TV noticiando a morte de Walt Disney, em 15 de dezembro de 1966. Estão expostos também telegramas recebidos pela família de estúdios, políticos e personalidades da época.
E a visita termina no café, que fica localizado ao lado da loja. O café é bem simpático, mas não consumimos nada lá.
A loja tem como forte livros e gravuras, mas também possui alguns brinquedos, roupas e até esculturas de personagens Disney. Foi nela que compramos um Mickey vintage para decorar o nosso escritório. Ele é bem feinho perto do Mickey e hoje, mas é histórico. Os itens da loja podem ser vistos nesse link.
Num prédio de atrás funciona o Diane Disney Miller Exhibition Hall, um local para exposições temporárias. Quando estivemos lá a exposição era “All Aboard: A Celebration of Walt’s Trains“, sobre a paixão de Walt por trens. Essa exposição era bem pequena, comparada ao museu, e não pode ser fotografada.
Conclusão sobre o museu?
Adorei!!! Como fã de Walt Disney, não só pelos parques, mas também por toda a sua obra, achei muito emocionante a visita ao museu. Ali dentro estão algumas relíquias incríveis…
O único problema é que não dá tempo de aproveitar tudo o que o local oferece numa única visita. O museu sugere uma visita de 2 ou 3 horas. Ficamos isso lá e não deu nem pra o cheiro… O museu não é tão grande, mas tem muito material… Se você for ouvir e assistir a tudo vai no mínimo um dia inteiro. Infelizmente não tínhamos tempo para isso, então fizemos o básico, mesmo.
Também não foi possível fotografar tudo: não é permitido flash dentro do museu e algumas salas são escuras e/ou muita coisa está em vitrine de vidro, o que não gera boas fotos.
Fizemos um breve vídeo dentro do museu para dar uma noção de como são as salas e como está distribuído o acervo.
Abaixo vocês encontram também um vídeo do próprio museu com uma apresentação da própria Diane Disney Miller e um pouco de todos os recurso multimídia que já comentei.
O museu funciona de quarta a segunda das 10h às 18h. Entrada é permitida até 16h45. Não abre nos dias 25 de dezembro, 01 de janeiro e no Dia de Ação de Graças.
O ingresso custa US$20,00. Pessoas acima de 65 anos pagam US$15,00, entre 6 e 17 anos pagam US$12,00 e abaixo de 6 anos a entrada é franca.
O museu possui fones tradutores em francês, alemão, mandarin, japonês e espanhol. Infelizmente não há tradutores em português.
O endereço do museu é 104 Montgomery Street, The Presidio, San Francisco. Fica relativamente perto do Palace of Fine Arts. Nós estávamos no palácio e seguimos andando até o museu, numa caminhada de uns 15 minutos. No site do museu você encontra instruções sobre como chegar.
Aliás, também no site do museu, é possível fazer uma visita virtual parcial a algumas galerias.
Se estiver em São Francisco e for fã de Walt Disney, não deixe de conhecer o Walt Disney Family Museum; como mencionado no próprio mapa deles, é o local para “achar animação, inovação e inspiração“.
Agradecemos ao Walt Disney Family Museum a cortesia nos ingressos